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Publicado em: 16/08/2010 19:20 |
Artistas compõem dez músicas em 24 horas a partir de notícias de jornais Por Eduardo Neco/Redação Portal IMPRENSA Compor dez músicas em um prazo de 24 horas a partir de notícias retiradas de jornais. Essa foi a proposta da terceira edição do projeto Disco Em Um Dia, da Panela Produtora, que aconteceu, na última sexta-feira (13), na sede da produtora, no bairro da Vila Madalena (SP), e reuniu artistas do selo e seus sócios/produtores Daniel Galli, Edu Santana, Filipe Trielli e Diego Gomes.Para os participantes do desafio, o dia começou às 9h da manhã, com a compra dos jornais que dariam origem às músicas. O processo era um grande desafio artístico. Compor letra e arranjo, gravar, mixar e jogar o produto no site da produtora para download antes do fim do prazo, na manhã de sábado. m 2010, em acordo com as edições anteriores, foi escolhido um dia com apelo folclórico: a sexta-feira 13. A primeira empreitada aconteceu em 29 de fevereiro de 2008, e o mote era o ineditismo da ocasião, que ocorre de quatro em quatro anos. A segunda, em 1º de abril, permitiu até mesmo que a Panela anunciasse a pouco provável participação de João Gilberto nas gravações. O convite, segundo Diego Gomes, é elogiado pelos mais desinformados até hoje. "Tem gente que me fala: Pô, eu lembro, mó legal, né?! Até o João Gilberto participou, né, cara? (risos)", conta.O objetivo da iniciativa, transmitida em tempo real pela Internet, segundo Daniel Galli, é testar o potencial criativo dos compositores em um esforço concentrado. "Pegamos notícias de jornal para comprovar que o tema foi escolhido no dia", explica. Às 20h30, quando a reportagem do Portal IMPRENSA chegou à Panela, quatro músicas já estavam praticamente prontas, inclusive a "escalada" do dia, "Sexta-feira 13 não assusta mais ninguém", feita a partir de um apanhado das notícias. Ao mesmo tempo, "O punk não morre", inspirada nas declarações do presidenciável Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) sobre a legalização da maconha, estava sendo mixada. O lançamento do livro "O aprendiz de cozinheiro", do jornalista e biógrafo Bob Spitz, rendeu "Tudo acaba em suflê", retirada do título da matéria publicada noBrasil Econômico. Às 21h25, Daniel e a cantora Rosana Galli já ensaiavam o blues "seis por oito" com referências gastronômicas. De todas as músicas produzidas durante as 24 horas, a mais notável ganhou vida às 4h20 da madrugada de sábado. "O viaduto e o violino", composta a partir do clique de Hélvio Romero, do Estadão, capturou parte do cotidiano do violinista José Rosa, que se apresenta no viaduto do Chá, no centro de São Paulo. O destaque da música fica por conta de ter sido a única feita a partir de uma fotografia. Após gravar a voz definitiva da faixa, a cantora Rhaissa Bittar foi "apresentada" à foto do violinista José Rosa e permaneceu olhando fixamente para a imagem por mais de dez minutos. Quando IMPRENSA deixou a sede da Panela, às 6h10 da manhã de sábado, oito músicas estavam prontas; duas ainda não existiam; metade da equipe da produtora se estendia exausta no sofá; e era inevitável o comparativo do Disco Em Um Dia com as "Viniçadas" descritas pelo jornalista Nelson Motta em seu clássico "Noites Tropicais", quando artistas da década de 1950 vararam a madrugada na casa do poeta Vinícius de Moraes com o único e simples objetivo de homenagear a arte por meio da criação espontânea e despretensiosa da música pela música. |
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