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sábado, 22 de agosto de 2009

De que me adianta viver nesta cidade se a felicidade não me acompanhar

Saudades da minha terra
(Goiá e Belmonte)

De que me adianta viver na cidade
Se a felicidade não me acompanhar

Adeus, paulistinha do meu coração
Lá pro meu sertão quero voltar

Ver a madrugada, quando a passarada
Fazendo alvorada começa a cantar

Com satisfação arreio o burrão
Cortando o estradão saio a galopar

E vou escutando o gado berrando
Sabiá cantando no jequitibá

Por nossa senhora, meu sertão querido
Vivo arrependido por ter te deixado

Esta nova vida aqui na cidade
De tanta saudade, eu tenho chorado

Aqui tem alguém, diz que me quer bem
Mas não me convém, eu tenho pensado

Eu fico com pena, mas essa morena
Não sabe o sistema que eu fui criado

Tô aqui cantando, de longe escutando
Alguém está chorando com o rádio ligado

Que saudade imensa do campo e do mato
Do manso regato que corta as campinas

Aos domingos ia passear de canoa
Nas lindas lagoas de águas cristalinas

Que doce lembrança daquelas festanças
Onde tinham danças e lindas meninas

Eu vivo hoje em dia sem ter alegria
O mundo judia, mas também ensina

Estou contrariado, mas não derrotado
Eu sou bem guiado pelas mãos divinas

Pra minha mãezinha já telegrafei
E já me cansei de tanto sofrer

Nesta madrugada estarei de partida
Pra terra querida, que me viu nascer

Já ouço sonhando o galo cantando
O inhambu piando no escurecer

A lua prateada clareando a estrada
A relva molhada desde o anoitecer

Eu preciso ir pra ver tudo ali
Foi lá que nasci, lá quero morrer

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