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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Saiu no Diário de São Paulo - Gavião Carijó ataca moradores no Bairro da Mooca em São Paulo


Gavião-carijó (Rupornis magnirostris), fotografado no bairro de Vila Mariana em São Paulo - foto de Luiz Álvaro de Toledo Barros Jr.

Zona Leste é dos gaviões

Aves de rapina fazem campana em antena de TV e dominam a laje de casal que mora na Mooca

HENRIQUE DA COSTA ZAMITH
Ao perceber o primeiro passo no degrau da escada que leva à laje da casa da auxiliar de escritório Caroline Pichiteli, de 27 anos, na Mooca, Zona Leste, sua postura muda. Do alto da antena da TV, as asas se abrem prontas para o voo. Mais alguns passos, ouve-se o bonito cantar. É o aviso. De garras armadas, ele parte para o ataque com um rasante em direção à cabeça de mais uma vítima. Até agora, o marido, a irmã e a empregada de Caroline já foram atacados por um casal de gaviões que se instalou em sua casa.

Há cerca de um mês e meio, segundo Caroline, o casal de gaviões-carijós fica de campana na antena de TV do telhado. Quando alguém sai para o quintal, os gaviões dão o bote.

"Não posso estender a roupa nem ir para o quintal que eles atacam", afirma Caroline, que está preocupada com o filho de 6 anos, que joga bola bem ali.

A situação, de acordo com ela, está ficando cada vez pior. "No começo era somente quando íamos estender as roupas na laje. Agora, eles têm atacado até quando vou tirar o lixo do quintal", reclama Caroline.
O que mais a revolta é a inércia  das autoridades em relação ao caso. "Já liguei no Ibama e nem atenderam o telefone. Na Polícia Ambiental eles dizem que é comum. Somente os bombeiros foram um pouco mais compreensíveis, mas disseram que não têm equipamentos adequados para a capturá-los", conta.
Quando o DIÁRIO visitou a casa de Caroline, um dos gaviões atacou o repórter duas vezes.
Autoridades  Segundo o Instituo Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Renováveis (Ibama), casos como estes não são incomuns na cidade. Para o órgão, a provável causa dos ataques é o ninho. É um comportamento natural de proteção que a ave adota.

O ornitólogo e professor da USP, Luis Fábio Silveira, especialista em aves, confirma as informações do Ibama. "Não há muito o que fazer, pois é a defesa do ninho. Isto acontece no período reprodutivo, que dura geralmente um mês e meio. Infelizmente, as pessoas têm que se adaptar a isso", diz.
Caroline conta que no sábado passado, eles atacaram muitas vezes. Ela foi até o Corpo de Bombeiros da Mooca e ouviu novamente que nada podia ser feito. "De jeito nenhum eu quero que matem ou machuquem os gaviões. Só queria que eles voltassem ao habitat natural e que a vida da minha família voltasse a ser o que era antes."
Espécie se adapta a centros urbanos

O tipo mais comum em São Paulo é o gavião-carijó. Além de se adaptar muito fácil em centros urbanos, ela encontra uma grande oferta de alimentos e abrigos.

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