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domingo, 30 de novembro de 2008

Educação Ambiental na TRAGÉDIA EM SANTA CATARINA - Fatos IMPRESSIONANTES

Reproduzo a seguir a mensagem que recebi de Germano Woehl Jr., do instituto Rã-Bugio. Um relato impressionante sobre o que está acontecendo em Santa Catarina.

"Hoje, sábado, 29/11/2008, continua chovendo muito aqui, em Jaraguá do Sul (SC). Mesmo assim, agora pela manhã, foram atendidos (com guarda-chuvas) duas turmas de professores do projeto (educação ambiental) em andamento - os professores insistiram para não cancelar. Usamos uma área de mata primária (virgem) com árvores gigantescas e centenárias que fica no centro de Jaraguá do Sul, que é plana e bem segura, às margens do rio que corta a cidade (propriedade particular do presidente do conselho diretor do Instituto Rã-bugio - ex-diretor da empresa WEG S.A).

Soubemos que o Governo de SC acabou de decretar o fim do ano letivo em SC nas áreas atingidas. Chove quase todos os dias desde o início de novembro. Foi uma pena porque nossa agenda estava lotada de escolas de outros municípios inclusive (com as despesas de transporte por conta deles). Mas voltarão depois da mesma maneira, com certeza.

Ainda não há previsão de quando poderemos chegar ao Centro Interpretativo da Mata Atlântica (CIMA), local de mata atlãntica preservada, onde atendemos as escolas nas atividades de interpretação de tilhas, pois há dois grandes desmoronamentos, um com uma estimativa de 90 mil toneladas de terra e outro com 50 mil toneladas obstruindo as avenidas bem próximo do acesso ao CIMA (ver foto anexada da área do CIMA em 28/05/2005, a seta amarela indica onde foram construídas as instalações – área total do terreno 40,6 hectares).

A ocupação das encostas é um dos principais temas que abordamos (educação ambiental). A gente levava os professores para alguns locais com este problema bem evidente, que não eram difíceis de serem encontrados. Agora, então, nem se fala. Teve 250 deslizamentos de encostas em Jaraguá e qualquer morador vê um no entorno de sua casa, senão no próprio quintal. Teve até 3 escolas parcialmente destruídas.

Para vocês terem uma idéia do problema da explosão demográfica em Jaraguá do Sul e da ocupação das encostas, de acordo com o censo do IBGE, em 1980 a população era de apenas 31 mil habitantes. Em 2007, saltou para 130 mil. São 100 mil pessoas em 27 anos!!!!! A população mais que quadruplicou (de 31 mil saltou para 130 mil!!!). Em Blumenau, que fica a 40 km, em 1980 a população era de 144 mil e saltou para 293 mil em 2007, ou seja mais que dobrou. Ja em Guaramirim, município vizinho de Jaraguá do Sul, em apenas 5 anos a população saltou de 20 mil habitantes para 30 mil (censo IBGE 2007).

Todas as mortes de Jaraguá do Sul ocorrem bem perto do CIMA. Nove pessoas morreram no desmoronamento que soterrou suas residências a menos de 100 metros do acesso (foi 4 horas da madrugada de domingo – estavam todos dormindo). Entre elas, estava a Assistente Social da Prefeitura e também uma adolescente de 13 anos. Seguem anexadas as imagens de outro desmoronamento a 300 metros da entrada, que pegou duas lojas de carros e fez também mais uma das vítimas. E também de outra residência próximo (3 mortes).

Estes dois desmoronamentos colossais ocorreram em uma avenida construída não faz muitos anos. Foi para melhorar o trânsito, pois trata-se do início de uma RODOVIA que liga Jaraguá do Sul a POMERODE/Blumenau que foi engolida pela expansão urbana (pelo vigoroso desenvolvimento econômico de Jaraguá). Então, para duplicar o trecho, eles rasgaram uma cota mais acima do morro. Na época, durante as obras do traçado desta avenida, tiveram que explodir uma gigantesca rocha de granito (ali é Serra do Mar), exatamente no local que desmoronou matando 9 pessoas.

Em seguida, as pessoas (classe média) construíram suas belas casas às margens desta nova avenida (em terrenos supervalorizados, obviamente). Acho que nem é preciso dizer que esta rocha poderia estar segurando toda a encosta naquele ponto (agora que perceberam). E são estas 90 mil toneladas de terra, rochas e escombros que estão obstruindo a avenida.

Nosso maior desafio agora não é chegar no CIMA, mas conseguir convencer a sociedade de que esta tragédia é um problema ambiental e diretamente relacionado com a devastação da Mata Atlântica, sendo uma das conseqüências do avanço ao sinal vermelho.


Germano Woehl Jr.

Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade
Rua Antonio Cunha, 160 - Sala 25
Jaraguá do Sul - Santa Catarina CEP 89256-140
Tel. (47) 3274-8613
www.ra-bugio.org.br

Video sobre o consumismo
A História das Coisas em PORTUGUES (VERSÃO BRASILEIRA), MUITO RÁPIDO DE ACESSAR, clique neste link

http://ra-bugio.blogspot.com/












sexta-feira, 21 de novembro de 2008

It´s Tough to be a Bird

Animação clássica da Disney. Oscar de animação de 1969. Mostra com muito bom humor a dura vida das aves. Veja em três partes.





quarta-feira, 19 de novembro de 2008

1822


O título acima não é uma referência ao ano da independência do Brasil. Nesse caso, 1822 é o número de espécies de aves que ocorrem no Brasil, segundo a última lista do CBRO, Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Com esse número o Brasil se tornou o segundo mais rico em aves do mundo, deixando para trás o Peru, com 1820 espécies. O Brasil só perde para a Colômbia, que conta com 1865 espécies registradas.
Da lista brasileira, 213 espécies (13%) são endêmicas, ou seja, habitam apenas o território brasileiro.
A última espécie descrita no Brasil é a Formicivora grantsaui (Papa-formigas-do-sincorá), descrita em maio de 2007 (foto acima).

sábado, 15 de novembro de 2008

Aranquã, o som do Pantanal


Quem amanhece no Pantanal pela primeira vez, com certeza se surpreende com o canto da Aranquã. Se é que se pode chamar de canto, talvez som ou barulho. A pessoa logo pergunta, que barulho é esse? As vezes vai embora com o som na cabeça, uma das grandes lembranças, e nem sequer avista o ave que o emite. Quando avista também se surpreende, um bicho bem exótico, do tamanho de um galo, só que com uma grande cauda, um olhar vidrado, não é toa que emite som tão diferente, e um gogó vermelho.
O som da aranquã é emitido em dueto, macho e fêmea, quando um casal começa, os outros casais da região não querem ficar atrás e também começam a cantar. Aí o som vai longe. O som pode ser transcrito como alguma coisa assim: o macho canta "quero matar" e a fêmea responde "quero casar". Tente fazer com sua companheira ou companheiro. Mas se você quiser ouvir uma gravação lá do pantanal clica aqui.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Principe-negro

(foto de Haroldo Palo Jr.)
O periquito-de-cabeça-preta é mais conhecido como príncipe-negro, um nome bem menos prático, mas muito mais bonito.
É o periquito típico das áreas de Chaco do centro do continente. O Pantanal é o seu limite norte e leste de distribuição. Podem ser observados em vários ambientes abertos, sujeitos à inundação periódica. Possuem, preferência, no entanto, pelos carandazais (a associação entre palmeiras carandás).


O contraste entre o negro de grande parte da cabeça e bico com o verde do corpo é sua característica principal, sendo uma combinação de cores rara entre os psitacídeos. O peito é levemente azulado, com os calções vermelhos (foto). As longas penas das asas e cauda são negras.

(foto de Haroldo Palo Jr.)
Vive em bandos de poucos até dezenas de indivíduos. Mesmo no período reprodutivo, continua a viver nessas associações. Vários príncipes-negros inspecionam um potencial oco antes da postura dos ovos. Postura de 4 ovos; é desconhecido se mais indivíduos auxiliam o casal a tomar conta dos ovos e filhotes.
Comem frutos, coquinhos, flores e sementes, algumas vezes no solo. Gostam de mangas amadurecendo. Geralmente, pousam em arbustos baixos. Qualquer sinal de alarme dado no grupo faz com que todos levantem vôo e circulem a área. Seus gritos são fortes, altos, graves e parecidos com a jandaia-coroinha.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Parque Nacional de Manu - Peru

Um dos sonhos de todo birdwatcher, o Parque Nacional Manu, na Amazônia peruana, próximo a Cuzco. Inacreditável diversidade, 925 espécies de aves. Deve ser sensacional, mas, para nós brasileiros, que temos a amazônia a 3 horas de vôo aqui de São Paulo. O Pantanal, a 2 horas, e a mata atlântica aqui do lado, até que estamos muito bem. Será que é melhor que a região do Cristalino em Alta Floresta, Norte do Mato Grosso?


"Sul do Peru é grande santuário de pássaros
No gigantesco Parque Nacional de Manu, revoadas colorem e movimentam o céu peruano
Camilla Veras


O território peruano é a materialização dos sonhos de qualquer observador de pássaros. O país é dono de uma das maiores biodiversidades de aves, que se espalham por toda sua extensão.

Das três regiões turísticas do Peru - Norte, Centro e Sul -, esta última promete maior qualidade para a prática do esporte. O motivo é simples: só o Parque Nacional de Manu abriga cerca de 925 espécies.


Penugem exuberante do galinho-das-rochas, ave-símbolo do Peru
Crédito: PROMPERU


O ecossistema de transição entre a cordilheira dos Andes e a selva amazônica, que se alastra por altitudes que vão de quatro mil metros até 250, serve de morada para aves raras, como a águia harpia, o jaburu e o galo-das-rochas.

A riqueza natural de Manu foi declarada Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade em 1983 e, desde então, cada vez mais pessoas querem ver acontecer diante de seus olhos as interações entre as diversas formas de vida que dividem espaço por lá.

Pode-se chegar à reserva a partir de Cusco - cidade já bastante conhecida dos viajantes brasileiros. Mesmo quem quiser fugir do sufoco das estradas peruanas que ligam Cusco a Shintuya e decidir tomar um avião até Boca Manu (desembocadura do rio Manu em Madre de Dios), ainda vai ter que encarar seis horas de bote até chegar ao acampamento.

Por isso, o roteiro vai agradar também os aventureiros. Entre maio e outubro - época de manhãs quentes e noites frescas -, amantes de pássaros de todas as partes chegam ao parque com agências de viagem, as únicas com permissão para fazer os roteiros.

As principais atividades turísticas que oferecem envolvem ecoturismo, observação da flora e fauna (que se distribuem em 1,76 milhões de hectares de parque!) e trekking na selva - com guias especializados e, até, naturalistas (estudiosos de ciências naturais, como botânica ou geologia).

Confira agência que faz o roteiro: http://www.manuadventures.com/
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